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EXPOSIÇÃO

Oskar
André Rocha e Rita Olivença

OSKAR é uma instalação interativa experimental que parte do exercício Stick Dance de Oskar Schlemmer para investigar as relações entre corpo, movimento, limitação e tecnologia. A instalação propõe uma reflexão sobre como as restrições físicas e digitais podem, paradoxalmente, abrir novos territórios de exploração corporal.

A instalação organiza-se em dois espaços minimalistas, A e B, cada um com a sua tela, demarcados por uma linha que os separa e relaciona simultaneamente. No primeiro espaço, o utilizador vê-se projetado digitalmente através de um sistema de deteção de postura corporal que lhe "veste" virtualmente os bastões de Schlemmer segundo a configuração original. Esta projeção digital surge do trabalho prévio desenvolvido por Rita Olivença na sua tese de mestrado e de colaborações com André Rocha, onde exploraram diferentes formas de utilização da deteção de movimento para geração gráfica.

O segundo espaço faz a transição deste trabalho para o campo dos artefactos vestíveis. Aqui, bastões físicos equipados com sensores de movimento nas extremidades permitem ao performer ampliar a sua exploração para além da estranheza física do ato de vestir o objeto. Os sensores captam e traduzem o movimento em interações híbridas entre linguagem corporal e resposta digital.

Sendo a base do trabalho relacionada com a performance física característica do circo, procura-se explorar formas digitais e híbridas de novos artefactos, adereços e figurinos circenses. Neste campo, Oskar Schlemmer torna-se um ponto de partida simbólico pela sua exploração do espaço e do movimento, condicionado pelos bastões e pela forma como essa limitação incentiva a expressão de novas linguagens corporais, exploração do espaço circundante ou novas interações entre membros do corpo.

A instalação explora também uma dualidade conceptual. Por um lado, observa-se como a fixação na captura digital do movimento se pode tornar restritiva quando contemplamos a nossa transformação virtual. Por outro, reconhece-se a re-capacitação motivada pelo elemento vestível, que gera automaticamente um novo paradigma de movimento, abrindo territórios inexplorados de expressão corporal.

Esta instalação permanente será temporariamente habitada por uma performance de dois artistas circenses que explorarão livremente as ferramentas ali concebidas. Através da improvisação, os performers colocarão a sua capacidade de exploração do movimento ao serviço da interação entre os dois espaços, com vista à descoberta e registo de potenciais experiências futuras.

Com a participação dos performers circenses Catarina Ribeiro e Pedro Caetano.

Biografia

André Rocha é professor adjunto no Politécnico de Lisboa e professor adjunto convidado no Politécnico de Santarém, com formação em Design Industrial e especialização em Design de Produto e Interação. Doutorando em Media Digitais na Universidade Nova de Lisboa, desenvolve investigação na confluência entre design e media digitais, com particular interesse na transferência e gestão de conhecimento. Co-Fundador e coordenador científico do Fablab Benfica desde 2016, coordena também a Maker Faire Lisboa. A sua investigação atual explora o papel do design aberto em contextos educativos ou na preservação do conhecimento tácito de pequenas comunidades agrícolas.

Rita Olivença é investigadora em Belas-Artes - Arte Multimédia. A investigação “Movimento como Interação: Contributos para o uso de artefactos têxteis interativos nas artes performativas”, nomeamente no circo, procura explorar relações entre o corpo, o figurino e o espaço cénico através de os artefactos têxteis interativos.

Licenciada em Design de Moda pela Faculdade de Arquitetura - UTL (2006), concluíu Mestrado em Design Gráfico na ESAD.CR (2023) sob o tema “Comunicação Visual Circense - a captação digital do movimento como ferramenta para o design gráfico”. Esta resultou no projeto Traffic Lights Circus, patente na exposição de obras de arte do PCD 2024 - Processing Community Day – FBAUP. Rita foi sócia fundadora da DAR - Design Advanced Resources, associação sem fins lucrativos dedicada a práticas de design aberto. Colabora frequentemente com a Companhia da Esquina e a Hipótese Contínua. Na área da Educação, destaca-se os onze anos de ensino na EPAOE - Chapitô (Escola Profissional de Artes e Ofícios do Espetáculo) a Curso de Cenografia, Figurinos e Adereços.


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