Nesta apresentação iremos explorar a arte generativa, destacando a sua autonomia face aos recentes avanços em Inteligência Artificial, e sublinhando as suas raízes históricas e pré-computacionais. "Arte generativa" é a designação dada a processos criativos onde a consubstanciação da obra de arte é parcial, ou totalmente, delegada num sistema autónomo, seguindo um conjunto de regras ou parâmetros predefinidos pelo artista. Embora em anos recentes o termo "generativo" tenha ganho destaque no discurso sobre Inteligência Artificial, o seu uso no campo da arte computacional é independente dessa relação, e remonta aos anos 60. Georg Nees e Vera Molnar foram alguns dos pioneiros no uso do computador como ferramenta para criar arte, desbravando um caminho que se revelaria crucial no desenvolvimento da moderna arte generativa digital. Para concluir, serão apresentadas algumas das obras mais significativas de Pedro Alves da Veiga, que desenvolve sistemas computacionais complexos e explora características como interação, aleatoriedade controlada e remistura audiovisual. Contudo, o seu autor não se limita à exploração estética e tecnológica, e procura desenvolver cada trabalho enquanto reflexão crítica sobre temas impactantes na sociedade atual, aliando, assim, técnica, estética e função, considerando cada obra (também) como um meio de comunicação e intervenção.