A tecnologia, ao vigiar, tende a reduzir a liberdade na arte, submetendo-a e instaurando mecanismos de autocontrolo. A resistência emerge nos gestos que recusam essa vigilância: procurando alternativas sensíveis de relação e a criação de espaços onde a arte se liberta do controlo tecnológico ou a subverte.
Self-Uncensored propõe uma reflexão e uma tomada de consciência sobre formas contemporâneas de censura em contextos democráticos, com foco nos mecanismos de censura indirecta que conduzem à autocensura e à censura interiorizada.
Procura identificar como as dinâmicas relacionadas com processos invisíveis de censura se manifestam no mundo actual e se infiltram no trabalho artístico, comprometendo aquele que deveria ser, por natureza, um espaço de liberdade e de resistência, cujo impacto se reflecte em toda a sociedade.
Propõe-se incentivar a construção de práticas mais conscientes, capazes de resistir às dinâmicas moldadas pela autocensura, pela adaptação a sistemas de apoio uniformizadores, por agendas predominantes, pressões de mercado ou pelas expectativas e ambivalências das próprias comunidades.
*Self-Uncensored [In hacking], propõe uma infiltração em programações e sistemas culturais, numa ocupação temporária que sugere uma reconfiguração a partir de dentro, explorando relações, limites e tensões.
Produção: ORG.I.A (SELF-MISTAKE)
Direcção artística e curadoria: Tânia M. Guerreiro
Parceiros: Estúdios Victor Córdon / OPART, ICNOVA (NOVA/FCSH), Galeria Zé dos Bois, Teatro Ibérico, O
Rumo do Fumo
Apoios institucionais: Câmara Municipal de Lisboa – Cultura; República Portuguesa – Cultura, Juventude e
Desporto / Direcção-Geral das Artes
Fotografia: Ema Ramos
self-mistake.pt/sm/self-uncensored-1